terça-feira, 13 de março de 2012

Folheto Evangelístico

Oi, galera! Já ouvi muita gente dizer que não vale a pena gastar tempo e dinheiro distribuindo folhetos, por considerarem perda de tempo.
Na realidade, o que se espera com um folheto, é um resultado imediato: a pessoa recebe o folheto, faz a leitura, e vem a igreja. Mas na maioria das vezes não é assim!
Tempo é ingrediente primordial numa plantação. De nada adianta ao agricultor plantar, se ele não tem paciência para  esperar.
Veja na história abaixo, como um simples folheto influenciou um homem, e este influenciou milhões de pessoas:

O folheto
    
Rio de Janeiro, 1923. As pessoas que se movimentam apressadamente pelas ruas de São Cristóvão não irão notar naquele rapaz de mediana estatura, a pele clara, as mãos nos bolsos e os olhos fixos no chão, caminhando devagar, completamente entregue aos seus pensamentos. São quase seis horas da tarde. 
Pelas calçadas da Rua São Luís Gonzaga, os transeuntes apressam o passo, na pressa de chegarem em casa para o descanso e a refeição em família. A noite se aproxima, silenciosa e submissa. O vento sopra, suave e insistentemente, varrendo as ruas. Súbito, aquele rapaz pára, abaixa-se e apanha alguma coisa que vinha rolando pelo chão.
Ninguém deu a mínima importância a esse seu gesto. Um rapaz humildemente vestido, de humildes atitudes e olhar pacífico, segurando com ambas as mãos um pequeno papel amarrotado e tentando ler o que nele estava escrito, dificilmente despertaria a curiosidade de alguém.
Mas se os homens soubessem quem era esse homem e o que estava escrito naquele papel, ajunta-se-iam à sua volta para admirá-lo.
Se os demônios descobrissem que o rapaz chamava-se Paulo Leivas Macalão, e o papel era um folheto evangélico que a providência divina havia posto diante dos seus olhos, ter-se-iam ajuntado furiosamente contra ele e, formando uma grande casta, soprariam com toda a força dos seus diabólicos pulmões sobre aquele papel, na tentativa de evitarem que aquela semente, lançada ao vento e recolhida pelas mãos daquele moço, frutificasse em tantas e tão frondosas árvores, e que ele viesse a se tornar um dos grandes patriarcas da Fé no Brasil, um dos maiores condutores do rebanho de Jesus Cristo sobre a Terra.
Paulo Leivas Macalão não suspeitava da importância daquele achado nem da repercussão que o folheto teria em sua vida. Porém sua alma há muito desejava algo que até então não encontrara em parte alguma, algo que o preenchesse, que o alimentasse, que o definisse.
        
 Foi após uma dessas polêmicas que ele saiu a andar pelas ruas de São Cristóvão, silencioso e cabisbaixo. E foi então que achou aquele pequeno pedaço de papel impresso, aparentemente insignificante, mas que iria mudar completamente o rumo de sua vida.
O folheto convidava o leitor a comparecer aos cultos que se realizavam na Igreja de Deus, também conhecida como Igreja do Orfanato, situada na Rua São Luís Gonzaga, número 12. O jovem Paulo resolveu visitá-la, e, do contato e conhecimento que fez com os irmãos que ali congregavam, tornou-se admirador e amigo do Evangelho.
Entre esses irmãos havia alguns que tinham aceitado a Jesus no Norte do Brasil – região por onde o Evangelho pentecostal havia penetrado, trazido pelos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg, dois homens enviados por Deus para, através de longas e perigosas caminhadas e pregações em um idioma para eles quase desconhecido, acenderem a tocha evangélica da salvação proporcionada por Jesus nos corações dos que povoavam as imensas terras do Brasil.
Naquela igreja realizavam-se cultos aos domingos de manhã. Após os cultos, os irmãos atravessando o Campo de São Cristóvão, falavam do amor de Deus aos pecadores que encontravam ao longo do trajeto que se estendia até a Rua Senador Alencar, número 17, residência do irmão Eduardo de Souza Brito. Ali chegando louvavam o nome do Senhor, oravam e se despediam.
O irmão Eduardo era esposo da irmã Florinda Brito. O casal tinha seis filhos: Carlos, Sílvio, Armando, Otávio, Natalina e Zélia. Não sabia o irmão Eduardo que sua filha Zélia seria a extremada esposa e dinâmica ajudadora de Paulo Leivas Macalão, um dos grandes pioneiros da fé evangélica no Brasil.
O Senhor muito se alegraria do seu servo, pois naquele lar dedicado à adoração e ao júbilo a Assembleia de Deus nasceria, e o número dos remidos cresceria diante de Deus.
Paulo Macalão tornou-se assíduo nas orações realizadas na casa do irmão Eduardo. Para o general João Maria Macalão, aquelas repetidas e longas ausências de seu filho, andando por lugares que ele desconhecia, aliando-se a pessoas que se entregavam a práticas religiosas por ele reprovadas, eram motivo de constantes preocupações.
O general, contrariado com a atitude do filho, pediu-lhe que parasse de frequentar a casa “daquela gente”. Alguém lhe dissera que aquele povo era pobre e sem princípios, e costumava acercar-se de qualquer pessoa na rua, tentando convencê-la a passar para o lado deles.
Quando se reuniam, cantavam e oravam de modo a serem ouvidos por todos, o que para ele, era uma afronta ao decoro e à ordem.
Paulo ouviu aquelas acusações, silencioso e profundamente triste. Se o seu pai soubesse quem realmente era aquele povo barulhento!...
Todos em sua casa sabiam do quanto ele, Paulo, preocupava-se com sua salvação. Outra coisa não havia que ocupasse tanto o seu pensamento como o destino que teria sua alma. Desde os tempos do Colégio Batista vinha ele fazendo perguntas nesse sentido, e de ninguém obtivera resposta que o satisfizesse.
Mas fora justamente após os primeiros contatos que tivera com aquele “povo barulhento”, que sua vida começara a mudar. Havia algo de muito belo e muito puro naquele povo. Algo que o atraía, que o levava a frequentar aquelas reuniões espirituais, aqueles ajuntamentos revestidos de mistérios divinos, simplices, à luz das lamparinas de querosene.
Noites de súplicas, de cânticos, de leituras da Palavra de Deus, de testemunhos, de curas, de salvação e de suave conforto do Espírito Santo. Em 5 de abril e 1924, Paulo Leivas Macalão converteu-se ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Sua conversão contrariava a vontade de seus familiares, sobretudo de seu pai. Mas o Espírito de Deus havia colocado em seu coração o amor, a perseverança, o zelo pela fé que abraçara.
Os dias que transcorreram após aquela data, amargos e difíceis, mais e mais o aproximaram de Jesus.
De que adiantariam o silencio em família, as incompreensões, os dissabores gerados por sua transformação, se a preço de lágrimas, feridas, afrontas, o sangue de Jesus Cristo abrira aquele glorioso caminho de salvação para ele? Quem o separaria do amor de Cristo?
Os cristãos reunidos na casa do irmão Eduardo, cantavam o hino “vem, meu libertador”, quando subitamente a Fonte de Águas Vivas começou a jorrar de dentro dele, o verdadeiro Sol resplandeceu sobre o seu rosto, e sua alma foi possuída pela verdadeira Luz.

O Resultado
Paulo Leivas Macalão (17 de setembro de 1903 – 26 de agosto de 1982) foi um compositor e pastor evangélico brasileiro. Macalão fundou o Ministério de Madureira, um importante movimento da Assembleia de Deus no Brasil, e foi o maior compositor de hinos da Harpa Cristã.
Nascido em Santana do Livramento, Macalão migrou cedo para a cidade do Rio de Janeiro com sua família. Tornou-se evangélico aos 18 anos, estabeleceu amizade com o pastor sueco Gunnar Vingren, pioneiro da Assembleia de Deus no Brasil, e foi consagrado por Vingren e pelo também sueco Lewi Petrus ao cargo de pastor, em 17 de agosto de 1930.
Paulo Leivas Macalão construiu a primeira igreja da Assembleia de Deus no sudeste do Brasil, no bairro carioca de Bangu, em 12 de janeiro de 1933. Transferiu a sede da igreja para Madureira, em 1939, no que seria a origem do Ministério de Madureira, o segundo maior ramo das Assembleias de Deus no Brasil.
Em seu ministério, Macalão foi marcado pelo ímpeto de erigir novos templos em todas as regiões da cidade do Rio de Janeiro, no interior do estado e noutros estados do país. Macalão participou também da transmissão do primeiro programa de rádio do evangelismo brasileiro, Voz das Assembleias de Deus, em 1955, e fundou o jornal O Semeador. Ele foi conselheiro da Sociedade Bíblica do Brasil e da Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
Ele notabilizou-se também por ser o autor do maior número de hinos da Harpa Cristã.Macalão adaptou muitos hinos da igreja nórdica trazidos aos brasileiros pelo pastor Samuel Nyström. Por essa razão, ele também é conhecido pelas iniciais que subscrevem seus hinos na Harpa, P.L.M. Apreciador e estudioso de música, Macalão era violinista. Paulo Leivas Macalão casou-se com Zélia Brito Macalão, a 17 de janeiro de 1934, teve como filho único Paulo Brito Leivas Macalão, e faleceu a 26 de agosto de 1982.

E tudo isto começou com um folheto!

Fontes consultadas: Pastor Jeferson Magno Costa em Sublime Leitura, Wikipedia e http://servoporemlivre.blogspot.com

Versículo do dia: Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, (Efésios 6:14)

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